sábado, 21 de novembro de 2009

Ajudemos Bat Nha

Thich Nhat Hanh é um moge budista vietnamita que dissemina belíssimos textos sobre o budismo, além de ser um pacifista, indicado ao Nobel da Paz por Martin Luther King, em 1967. Os livros dele são de uma clareza e uma profundidade arrebatadoras.

Após visitar, em missão de paz, os Estados Unidos e a Europa, ele foi expulso do Vietnã pelo governo comunista e ficou 40 anos sem poder voltar.

Quando voltou, inspirou milhares de pessoas em seu país e recebeu o monastério de Bat Nha para acomodar seus seguidores. Monges e monjas passaram a estudar e praticar o budismo lá, mantendo essa cultura pacifista.

Então os governantes agiram: a polícia, apoiada por parte das comunidades locais, desalojou e agrediu os monges e monjas, além de destruir as imagens e textos sagrados. Eles se refugiaram em outro pequeno monastério, resistindo às ordens da polícia, que diz a eles que se dispersem e voltem às suas regiões de origem.

Vejam o vídeo abaixo, que conta essa triste história.





As melhores poesias de todos os tempos de hoje

Dois da Martha Medeiros, do livro Cartas extraviadas e outros poemas.


85.

quando se é jovem veste-se a liberdade de jeans
estrada, sexo, rebeldia e vertigem
quando já não se é, deseja-se uma liberdade undress
nudez, nenhum comportamento para vestir


110.

o tempo é uma roldana

a cabeça anda pra frente,
desenvolve

e o corpo anda pra trás,
desmorona

inexplicável
a vida engrena

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Poema a cinco mãos

Eu tinha 19 anos. Do nada, resolvemos ir à Praia Grande. Eu, Rodrigo Brasil, Rodrigo Petrônio, Flavia Rocha e Franco Marino. Se não me engano, num Fiat 147, com um aparelho de som na traseira do carro.

Éramos cinco grandes amigos, e costumávamos nos reunir para ler poemas uns dos outros e de autores consagrados, conversar principalmente sobre literatura e, claro, fetejar a vida.

No meio do caminho, papel e caneta, cada um escrevendo uma, duas frases, saiu este que vocês podem ler.


Por trás de óculos marrons

(marrons, pretos, não importa)
Vejo a vida acidentada

Afirmo que nada importa
Se o máximo não for o mínimo

Nunca sejas um desuniverso
Junta-te a teu reverso
e faça um verso
imerso em ti

Não temas o instante
A eternidade passa em segundos
(tens todos os segundos...)

Não te queixes, não te escondas
Desperta e recita
E tua tristeza será saciada

Os suicidas nunca tiveram razão
E um poema a cinco mãos
basta para justificar a vida