sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Poema a cinco mãos

Eu tinha 19 anos. Do nada, resolvemos ir à Praia Grande. Eu, Rodrigo Brasil, Rodrigo Petrônio, Flavia Rocha e Franco Marino. Se não me engano, num Fiat 147, com um aparelho de som na traseira do carro.

Éramos cinco grandes amigos, e costumávamos nos reunir para ler poemas uns dos outros e de autores consagrados, conversar principalmente sobre literatura e, claro, fetejar a vida.

No meio do caminho, papel e caneta, cada um escrevendo uma, duas frases, saiu este que vocês podem ler.


Por trás de óculos marrons

(marrons, pretos, não importa)
Vejo a vida acidentada

Afirmo que nada importa
Se o máximo não for o mínimo

Nunca sejas um desuniverso
Junta-te a teu reverso
e faça um verso
imerso em ti

Não temas o instante
A eternidade passa em segundos
(tens todos os segundos...)

Não te queixes, não te escondas
Desperta e recita
E tua tristeza será saciada

Os suicidas nunca tiveram razão
E um poema a cinco mãos
basta para justificar a vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário