quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dia triste

"As árvores são solo em pé", diria o professor João, um grande mestre que tive no curso de agricultura biodinâmica, aqui no bairro, com quem ainda tenho o prazer de trocar umas palavras vez ou outra.

Estudando agricultura e sistemas agroflorestais, sustentabilidade e budismo, antroposofia e biologia, aprendi a respeitar demais as árvores. Morando aqui na Demétria, um lugar muito especial, aprendi a amá-las.

Na frente de casa há uma jurubeba. Ela é linda, aninha passarinhos e abriga morcegos à noite, além de nos presentear com a delicadeza de suas flores e frutos. É uma grande companheira.

Aqui está, apesar de as fotos não fazerem jus a ela.





Talvez ontem ela tenha morrido. O temporal que deu aqui partiu ela ao meio. Senti como se eu tivesse partido ao meio.

Acho que finalmente começo a entender o que significa a palavra vida. Não está nos dicionários ou nas gramáticas, não se aprende nas aulas de biologia ou de química orgânica. É outra coisa, muito mais sutil e profunda.

Agora, que a chuva deu um tempo, estou indo atrás de umas estacas. A ideia é levantá-la (a copa foi parar no chão) e amarrar os três pedaços em que seu tronco se dividiu. Será que uma fênix virá abençoá-la?

2 comentários:

  1. "aninha passarinhos e abriga morcegos à noite"

    árvores,
    minhas iguais, minhas irmãs!

    ResponderExcluir
  2. Sim, é isso.

    E sabe que não deu pra amarrar ela? Teremos de cortá-la rente ao chão e ver se ela rebrota...

    Elas são muito fortes, acho que dará certo.

    ResponderExcluir